Publicidade
02/08/2019 Autoconhecimento & Espiritualidade

Re-nascer, uma tarefa de autotransformação

Há aproximadamente um ano, nasceu a ESTIMULADAMENTE! Esse fato me transporta para uma reflexão a respeito do tema nascer… viver, morrer e re-nascer.
O processo de nascimento de um novo ser, em que duas pessoas se juntam para doar uma parte de si para fazer surgir uma nova pessoa, é o milagre da vida! Essa força poderosa chamada vida, a qual muitas vezes não conseguimos acessar, numa espécie de desligamento do todo, nos deixando anestesiar pelo cotidiano, pelos problemas, pelas dores, em um não sentir e não viver, nos transformando em mortos-vivos à espera de algo exterior, de um milagre que nos faça viver novamente.
Quantas vezes nos sentimos assim? Querendo que uma força exterior nos mova do estado desconfortável e dolorido no qual algumas vezes nos encontramos? A esse estado, onde por instantes ou períodos nos desligamos da fonte da energia vital, costumo chamar de pequenas ou grandes mortes. Essas mortes acontecem até um determinado ponto em que tudo volta a fluir novamente, onde o medo e a dor desaparecem, dando lugar ao bem-estar, à paz e à alegria.
Ao longo da vida há momentos em que tudo flui em plenitude. É quando nosso ego e nosso ser essencial se fundem e a vida e o viver se tornam uma só realidade. É quando nos damos conta e experimentamos a mão de Deus (ou como quer que você denomina a mão que rege o universo) em nossas vidas. É quando Re-nascemos.
Então lhe pergunto: o quanto e onde você consegue ver Deus em sua vida? Você se deixa levar por dúvidas a esse respeito ou você confia nessa força, dando permissão para que a paz e a alegria se instalem, experimentando a realidade maior, a grande Mão?
O grande objetivo da vida é remover as capas e camadas que nos afastam da plenitude, do Maior em nós. Quando experimentamos Deus em nós, sabemos o que precisamos saber, temos tudo o que precisamos ter, somos tudo o que já somos. Nesses momentos, somos iluminados. O amor flui por todas as nossas veias, nosso corpo e nossa alma. Ativamos esse maior poder de cura que existe no universo, temos força, criatividade, poder, somos banhados pela graça, somos deuses!
Para tal, necessitamos, além da investigação interior, de uma disposição para uma conversa com Deus (como quer que você o conceba), precisamos entender que a experiência da presença divina, da Luz, da Grande Mão, do Algo Maior depende apenas de um contato nosso, e esse contato pode acontecer através da reflexão, da meditação e da oração.
Somos acostumados a orar apenas para pedir, sendo esse pedido uma reclamação de que algo não está bom, que precisa melhorar e nos esquecemos que se nós internamente evoluímos, melhoramos, e nossa vida externa também começa a melhorar. E tudo isso só pode acontecer através de um caminho de autoconhecimento.
E o autoconhecimento é um processo gradual, entrar nesse processo significa lidar com a vulnerabilidade e também com a beleza da nossa força interior, significa entrar em um nível mais profundo da psique, trazendo cada vez mais o material que fica no inconsciente para o consciente, enfrentando pequenas mortes de crenças antigas, profundamente arraigadas em nós, examinando-as e decidindo o que fazer com elas, lentamente, cuidadosamente, até que uma nova consciência surja, e novamente recomeçar.
A plenitude do Re-nascimento, assim como o nascimento, não acontece de uma só vez. Lembremos dos bebês que quando saem do útero levam algum tempo até poder se separar de suas mães. Se observarmos bem, todos os anos de infância faz parte do processo de nascimento de uma nova pessoa, a mente vai sendo aos poucos desenvolvida, os valores vão sendo construídos, os talentos vão aparecendo, e isso leva tempo até realmente nascermos.
No processo de Re-nascimento também levamos algum tempo para nos tornarmos plenamente conscientes de nossas infinitas possibilidades. O desenvolvimento interior exige etapas de despertar nossa sensibilidade e intuição, de identificar crenças errôneas, examiná-las, diluí-las e transformá-las.
Um fator importante para que isso aconteça é nossa atitude quando surgem dificuldades, é humano desanimar. Quando estivermos vivenciando desafios, decepcionados ou descontentes com alguma coisa, quando surgir o desânimo, coisa que nem sempre podemos evitar, nas dificuldades, é preciso aprender aos poucos a não permitir que as experiências negativas enfraqueçam nossa força interior, nosso desejo de crescimento. Nossa vontade interior tem influência direta sobre a pulsação da força vital. É uma opção real tirarmos o melhor proveito das situações difíceis e aprendermos com elas. Isto nos solicita, além do percurso do autoconhecimento, boa vontade, coragem e fé.
É somente quando entendemos nosso ser interior que podemos manifestar a divindade que em nós habita, nos trazendo um novo equilíbrio e a capacidade de lidar com as dificuldades que nunca pararão de surgir. Quando estamos num caminho de autotransformação os problemas não deixarão de existir, mas passamos a lidar com eles de forma diferenciada, não mais entrando em estado de desesperança.
Em todo trabalho de autoconhecimento renascemos por diversas vezes. Se entendermos esse fato será muito mais fácil investigarmos nosso eu interior, descobrindo novas modalidades e possibilidades, para fazer mudanças que, se deixarmos que a divina inspiração nos atinja, poderão nos conduzir à paz interior.
Muitos seres humanos ainda estão longe de seguir o caminho desse autoconhecimento, do autoexame. Inicialmente é preciso um ato de vontade de aprofundarmos nosso conhecimento sobre nós mesmos, vontade de trazer à superfície esses aspectos que dificilmente poderiam vir à tona acidentalmente, encontrando passo a passo as chaves que removerão os cadeados que fecham as portas para nossa mais pura beleza e realização, revelando a magnífica realidade de viver plenamente, RE-NASCENDO!

Colaboradores

Conça Cedraz

concedraz@gmail.com