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02/08/2019 Vida no trabalho

O Jogo Interior: qual é o seu placar? – Parte 2

O jogo continua… nossa mente está em constante atividade e é importante sabermos lidar com situações que, por muitas vezes, nós mesmos criamos. Assim sendo, o ambiente físico em que trabalhamos tem um enorme impacto sobre quão produtivo e gratificante será o nosso trabalho, mas o ambiente mais importante em que trabalhamos é o nosso ambiente interno: nossos pensamentos, sentimentos, valores, suposições, definições, atitudes, desejos e emoções.
Em seu livro The Inner Game – A essência do jogo interior – Performance, aprendizado e prazer no ambiente corporativo, Timothy Gallwey nos alerta sobre como é saudável fazermos alterações na nossa forma de trabalhar. Mas, antes de mergulharmos neste tema, sugiro que cada um dos nossos queridos leitores reflita sobre a SUA relação com o SEU trabalho. Isso. A maneira como cada indivíduo se relaciona com o seu trabalho é muito particular e envolve a escolha de uma profissão, a forma de entrada no mercado de trabalho, a atividade exercida, o local onde essa atividade é exercida, o caminho ou a carreira percorrida até o momento etc.
Nesta obra, Tim destaca duas observações instigantes sobre o mundo corporativo: 1) pessoas em posição de fazer mudanças tendem a absolver-se da necessidade de fazê-las em si mesmas em primeiro lugar e; 2) a resistência à mudança é muitas vezes a resistência ao processo de mudança e não a mudança específica que está acontecendo.
À vista disso, um bom caminho para iniciarmos uma mudança está baseado no tripé: CONSCIÊNCIA, CONFIANÇA E ESCOLHA, também conhecido como ACT – awareness, choice e trust. A consciência diz respeito a conhecer a situação atual com clareza. A escolha relaciona-se com mover-se em uma direção desejada no futuro. E a confiança nos próprios recursos internos é o elo essencial que permite esse movimento.

Cada lado deste triângulo complementa e apoia o outro. Além disso, os elementos do triângulo ACT contribuem para o foco em qualquer tarefa de um trabalho.
Muita demanda gera perda de foco. A chave, nesse caso, é restaurar a escolha para um assunto e aliviar o senso de sobrecarga. Não há nenhum truque fácil para permanecer focado. É preciso consciência, escolha, confiança e muita prática. O elemento crítico é a clareza do desejo por trás do foco. Quando alguém está conectado com o seu próprio desejo, o foco ocorre naturalmente. O foco não é uma habilidade que você desenvolve aprendendo uma técnica, é mais que uma função da motivação sendo alinhada por trás do que você está fazendo. O foco é governado pelo desejo. O mais importante sobre a prática do foco é que ele não pode ser forçado. Foco segue um interesse e interesse não aceita coerção.
Atentemos, então, para o único aspecto sobre o qual temos total poder de decisão: ESCOLHAS. Escolher quais desejos nutrir e quais desejos ignorar é crucial. Nutrindo os desejos naturais do nosso Self 2 (“comigo mesmo”) se constrói estabilidade e se conduz em direção à auto realização (flow). O nutrimento dos desejos do Self 1 (“eu”) fortalece a auto interferência e nos conduz a um conflito interno e distração.
Para manter o foco por períodos mais longos é preciso olharmos mais profundamente para o significado dado à atividade que temos em mãos. Nossas definições passam a ser os contextos nos quais fazemos essas atividades e que, portanto, exercem, como já dito, grande influência em nossos pensamentos, sentimentos, atitudes e ações. Uma simples mudança de contexto pode apresentar uma completa e nova gama de possibilidades e, ao mesmo tempo, excluir uma lista inteira de interferências. Todos nós carregamos interpretações subjetivas das palavras e essas definições determinam o que vemos como realidade e, assim, como respondemos a essa realidade percebida. Portanto:
“Qual a definição de ‘trabalho’ que você leva para trabalhar com você?”
Vamos falar mais sobre isso? Participe enviando um e-mail e acompanhe a coluna nas próximas edições.

Colaboradores

Sandra Rêgo

sandra@sandrarego.com.br