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02/08/2019 Planejamento Consciente

Importância do hiato

Caro(a) leitor(a), neste instante sou tomado por uma sensação boa por estar de volta às páginas da Estimuladamente. Infelizmente não pude colaborar com a edição 6 da revista, pois precisava de tempo para mim, para meus planos, para meus sonhos e para minha família.
Tinha uma sequência pré-definida para nossa seção de Planejamento Consciente, onde a linha mestra é o autoconhecimento.
Nas edições anteriores falamos da importância do autoconhecimento, de como a consciência do propósito nos liberta da vida de repetições de padrões, da necessidade de sonhar e como o sonho nos tira do conformismo e, por último, a necessidade que nosso cérebro tem de estar em constante aprendizado e mudança.
Porém, essa sequência será quebrada nesta edição. Venho vivendo o processo de construção do planejamento consciente junto com vocês. Isso me fez entender que antes de dar continuidade e pensar em planejar conscientemente como nos tornar mais empáticos, construir relacionamentos saudáveis, determinar uma carreira baseada em propósito e valores, aprender a aprender, o encontro da felicidade plena e outros temas que devemos trazer a luz nesse caminho de transformação, precisamos inserir o fator “tempo”.
Assim como o vendedor de sonhos do livro de Augusto Cury, que citei na edição 4, me percebi refletindo sobre: o que pode ser mais inadiável do que a própria vida? Arrisca uma resposta?
E o que nos faz deixar de viver?
Quero dizer: viver em plenitude. Viver uma vida sem se permitir ser violado pelas dores do mundo, sem se permitir se entristecer pela tristeza alheia, sem se permitir se colocar no papel de vítima, onde o senso de autorresponsabilidade nos coloque em posição de acolher as consequências das nossas atitudes e das “não” atitudes.
O mundo não está contra nós, as pessoas não estão contra nós, o mundo não parou para mim. Por vezes somos tomados por um egocentrismo tamanho, que assumimos que tudo só acontece conosco, que perdemos até em par ou ímpar, que temos que nascer novamente para ter mais sorte.
Pois, então! (Re)nasça!
Enquanto civilização, fazemos uso de dois momentos para nos referenciar diante do tempo. O nascimento e a morte. Comemoramos a cada ano o nascimento e lembramos a cada ano dos que já deixaram essa dimensão. Um marco de início e outro de término.
Renasça todos os dias junto com o sol. E assim como o sol, ilumine, se ilumine e não apague a chama. No máximo, se esconda atrás da lua, mas reaparece a cada amanhecer com sua força co-criadora e todo encantamento.
Tenho renascido todos os dias. Em meio a uma vida intensa e atribulada, me deparei com as consequências das escolhas que fiz para minha vida pessoal e profissional. Boas e ruins. Vivi a mudança dentro da mudança. A mudança nos faz entrar em mobilidade. O conceito de mobilidade defendido por Timothy Gallweyé a capacidade de se mover na direção de resultados desejados, de forma gratificante e oportuna. Mudanças comuns, sem propósito, nos levam a resultados comuns. A mobilidade nos leva a resultados sustentáveis.
Recordo-me da formação que fiz em Coaching The Inner Game, com o próprio Timothy. O módulo introdutório, ministrado por Renato Ricci, marcou pelas pausas que o Renato fazia antes de responder uma pergunta, ou até mesmo entre uma frase e outra. Para uns, aquela pausa era altamente irritante. Para outros, irrelevante. Para outros tantos, me incluindo, era importante. No decorrer do curso, ao ser perguntado o porquê da pausa, ele fez a pausa (risos), e disse que era o hiato. Hiato??
Hiato, ignorando a definição gramatical, é a interrupção de continuidade em um corpo ou série, intervalo ou mesmo lacuna.
O hiato do Renato, apesar de fração de segundos, produzia um grande efeito na plateia. Aquele período de tempo trazia mais clareza sobre a pergunta e produzia uma atenção genuína à resposta que se seguia.
Considero essa interrupção na seção de Planejamento Consciente como um hiato. Esse intervalo me trouxe mais clareza e presença. Percebi o hiato em todos os micro momentos que passei.
O hiato favorece o processo de escuta ativa. O exercício de produzir esse pequeno intervalo antes de responder uma pergunta, o tornará mais atento ao interlocutor, logo, mais presente e, por consequência, menos julgador.
Pense nos benefícios que isso pode lhe proporcionar. Escutar melhor as pessoas, em vez de apenas ouvi-las. Ao compreendermos as pessoas no seu processo de comunicação estamos a um pequeno passo para o exercício constante da empatia, pois nos esvaziamos de nós mesmos para servir ao outro.
Está com saudade das perguntas? Sim? Então vamos começar a entrar em mobilidade pela escuta ativa, que podemos exercer em nosso dia a dia.

• Você escuta para compreender ou para responder?
• Você interrompe quando alguém está falando?
• De 0 a 10, quanto você consegue perceber a linguagem não verbal do interlocutor?
• De 0 a 10, quanto os fatores externos influenciam na sua comunicação?
• De 0 a 10, quanto a velocidade ou cadência da fala do interlocutor lhe incomoda?
• Quais ações pode tomar para melhorar a sua escuta ativa?
• Quando vai começar?
• Como saberá se está no caminho certo?

Bom Planejamento Consciente.

Colaboradores

Marcelo Reis

marcelo.reis@estimuladamente.com.br