Publicidade
02/08/2019 Curiosamente

Como um Coach pode ajudar seu Coachee a conquistar seu objetivos: Retrospectiva

Quando fomos convidados para escrever para esta coluna, há um ano, quando foi publicado o primeiro exemplar desta revista, lembro de ter ficado apreensivo, pois falar, de forma séria, sobre os processos de Coaching para Coach é algo complexo. A grande questão era trazer os conteúdos das neurociências de forma objetiva, simples e, acima de tudo, útil.
Dentro desta perspectiva, considerando que o “processo de Coaching, quase sempre, é disparado por uma necessidade de crescimento pessoal ou profissional” e que sua “[…] finalidade é nos levar a um patamar de desenvolvimento que nos possibilite construir, de forma orientada, competências para atingirmos objetivos […]”[1] almejados, decidimos, desde o início, a partir de um questionamento: Como um Coach pode ajudar seu Coachee a mudar de comportamento para concretizar seus objetivos?
Existem incontáveis formas de responder à pergunta acima, pois existem diversas concepções e abordagens acerca do processo de Coaching e muitas teorias sobre o comportamento humano. Assim, decidimos estabelecer um itinerário, tal qual uma visita guiada, sobre os principais tópicos, em neurociências, que têm relação direta com mudança de comportamento. Caso você tivesse escrevendo esta coluna, começaria como? Acredito que muitos começariam por temas recorrentes e abordariam o poder do hábito ou talvez a mecânica quântica envolvida nas relações de mudança.
Em termos gerais, quando um indivíduo procura um Coach ele tem uma percepção de si ou de um processo, disparado por uma necessidade que considera desfavorável. Ele quer uma mudança que lhe traga, em última análise, uma satisfação pessoal ou profissional. Esta mudança, dependendo da motivação, pode ocorrer em um curto, médio ou longo espaço de tempo. Dentro desta lógica, acredito que para um Coach estabelecer estratégias exitosas para ajudar seu Coachee a “ser o que poderia ser”, precisa ter uma noção básica sobre: pensamento/personalidade, necessidade/motivação, tempo/felicidade.
As relações entre pensamento e personalidade foram introduzidas no número 02 da Revista, ano 1[1]. Na ocasião, destacamos que “o nosso cérebro não nasce pronto e acabado, como sugere o senso comum. Ele vai se desenvolvendo ao longo dos anos e aprendendo a ser o que é a partir de algo que podemos, neste momento, chamar de identidade cerebral”. Este tipo de Identidade configura, a partir dos neurotransmissores, nossa personalidade e nossa forma de pensar. “Ela é fundamental para entendermos quem somos e mudar hábitos e comportamentos, pois nos possibilita, de certa forma, “reprogramar” nosso cérebro”.[1].
Necessidade e motivação foi alvo do nosso texto que compôs os números 3 e 4, ano 1, da Revista. Nestas publicações definimos que a motivação pode ser entendida como um estado subjetivo do indivíduo “que dirige e instiga o seu comportamento de forma persistente e enérgica [2]. Quando essa energia vem de dentro do indivíduo, é motivação intrínseca (e.g.: querer aprender inglês); quando vem de fora, é extrínseca (e.g.: ser forçado a aprender inglês). Mas, seja intrínseca ou extrínseca, essa energia tem um ponto de partida comum: as necessidades!”.[2].
Entender estas necessidades e suas correlações com o binômio emoção/prazer é um passo importante para alterar o comportamento e os hábitos de alguém. O segundo é delimitar o tipo de motivação decorrente destas necessidades e o terceiro é manejar os níveis de satisfação envolvidos […]” Nesta ocasião, também pontuamos que existem “[…] vários transtornos que impactam negativamente o “querer”, a motivação, a decisão e que são confundidos com baixa autoestima, preguiça, falta de proatividade […]”[3] como a depressão!
As relações sobre tempo e felicidade foram explanadas nos números 5 e 6, ano 2, da Revista. Nestes números, falamos do poder de cura e adoecimento do pensamento a partir de evidências irrefutáveis como o efeito placebo e os transtornos somatoformes. A partir destes conceitos explicamos como um simples pensamento motivado é capaz de produzir efeitos fisiológicos e farmacológicos. Concluímos que a “[…] melhor forma de começar a usar o poder do pensamento positivo é ficar atento à forma como você interpreta os eventos à sua volta, que tipo de emoção você está constantemente sentindo e que tipo de humor ela provoca”[4], pois tudo isso configura a Identidade Cerebral e afeta os processos motivacionais.
Quando consigo entender, minimamente, os motivos de pensar como penso, quais são minhas necessidades, que tipo de motivação estas necessidades provocam, que gatilhos uso para fortalecer ou enfraquecer comportamentos e hábitos e como meu pensamento está construindo minha realidade é hora de juntar tudo em prol da minha realização pessoal e profissional; de se permitir apreciar os pequenos prazeres da vida.
Pensando nisto, concluímos este ciclo de textos advertindo que o tempo da felicidade é o presente, pois “o presente é onde a vida acontece e, se não tivermos clareza disto, seremos coadjuvantes de nossa própria história, esperando a reviravolta de um roteiro por vir”.
Espero que você tenha ficado motivado para ler os textos anteriores e dê uma olhadinha nas referências citadas.

Referências:
[1] DOURADO, M. A. S. Neurociência: uma celebração à curiosidade. Revista Estimuladamente, Salvador, ano 1, n. 2, p. 18, ago. 2018. Disponível em: <http://www.estimuladamente.com.br/revista/publicacoes/ano-01-no-02-agosto-2018/>. Acesso em: 29 abr. 2019.
[2] _____. Motivação. Revista Estimuladamente, Salvador, ano 1, n. 3, p. 24-25, out. 2018. Disponível em: <http://www.estimuladamente.com.br/revista/publicacoes/ano-01-no-03-outubro-2018/>. Acesso em: 29 abr. 2019.
[3]_____. Nem sempre querer é poder. Revista Estimuladamente, Salvador, ano 1, n. 4, p. 34-55, dez. 2018. Disponível em: <http://www.estimuladamente.com.br/revista/publicacoes/ano-01-no-04-dezembro-2018/>. Acesso em: 29 abr. 2019.
[4] _____. Você é o arquiteto de sua realidade: o poder do pensamento positivo. Revista Estimuladamente, Salvador, ano 2, n. 5, p. 8-9, fev. 2019. Disponível em: <http://www.estimuladamente.com.br/revista/publicacoes/ano-02-no-05-fevereiro-2019/>. Acesso em: 29 abr. 2019.
[5] _____. O tempo de ser feliz é o presente. Revista Estimuladamente, Salvador, ano 2, n. 6, p. 8-9, abr. 2019. Disponível em: <http://www.estimuladamente.com.br/revista/publicacoes/ano-02-no-06-abril-2019/>. Acesso em: 29 abr. 2019.

Colaboradores

Miguel Dourado

miguelserradourado@gmail.com