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30/08/2018 Capitalismo Consciente

A Nova Era dos Negócios regidos por Consciência e Propósito

Definitivamente, o mundo vive uma transformação profunda. É possível perceber mudanças reais em diversos aspectos da sociedade, desde a forma como as pessoas se alimentam até a maior busca pelo autoconhecimento e espiritualidade. E o mundo dos negócios não fica de fora dessa mudança. O modelo antigo de fazer negócios não funciona mais. Está ultrapassado. Aquele velho paradigma de que negócios existem para dar dinheiro apenas e as pessoas são recursos para obtenção de lucro, simplesmente não se sustenta mais. Essa visão materialista gerou danos imensuráveis na sociedade, que vive hoje a crise mais profunda de todas: a crise de significado, a falta de sentido e propósito. Milhões de pessoas vivem de forma absolutamente robótica, automática e mecânica, com foco absoluto no “como” fazem, sem nenhuma consciência do “porque” fazem o que fazem.

O capitalismo é, possivelmente, uma das maiores criações da humanidade. E, em essência, tem objetivo de produzir bem-estar social. Porém, a forma com que milhões de executivos vêm fazendo negócios dentro deste modelo vem produzindo catástrofes gigantes – e hoje, o mundo vive um colapso. Basicamente, as organizações voltadas apenas para o “ter”, com foco total na competição e na escassez provocaram fortes danos nas pessoas, que se desconectaram da verdadeira essência de um negócio – o de servir à sociedade com o que tem de melhor a oferecer. Esse comportamento empresarial que visa apenas o lucro vem gerando destruições organizacionais e levando pessoas a altos estágios de ansiedade e angústia, com ambientes tóxicos e práticas absolutamente desumanas.

Felizmente, existe uma nova era corporativa que surge neste contexto de transformação que o mundo vive, regida por novos elementos, como: propósito, consciência e humanização. Uma nova geração de empreendedores vem apresentando novas abordagens ao mundo dos negócios e mostrando na prática que é possível ser bem-sucedido financeiramente sem deixar de lado a construção de um legado positivo para a humanidade. Afinal, entre mudar o mundo e ganhar dinheiro, é possível ficar com os dois. Empreendedores e executivos estão finalmente despertando para esta realidade que já está diante dos nossos olhos. A prática antiga de olhar apenas para o “ter” está, gradativamente, ficando para trás.

Negócios conscientes surgem como um instrumento de esperança para a resolução de problemas globais e renovação dos ambientes corporativos a partir de novas perspectivas. O que todos estes movimentos que propõem novas formas de fazer negócios têm em comum é a busca por um propósito elevado, um propósito além do lucro.

O propósito organizacional, nada mais é do que a diferença que o negócio quer fazer no mundo, ou seja, a sua razão mais pura de existir. Quando um negócio consegue compreender o que o mundo perde se ele deixar de existir, este negócio está mais próximo do seu real propósito. Dentro deste contexto, cria-se uma cultura transformadora, regida por amor e cuidado, capitaneada por líderes humanizados, que se consideram guardiões de um propósito maior. O lucro, neste contexto, passa a ser uma consequência da diferença que este negócio faz no mundo e na vida das pessoas que se conectam a ele. O objetivo de um negócio consciente é gerar valor para todos os envolvidos, e não apenas os investidores. O resultado financeiro é essencial, mas se torna vazio sem a consciência e o senso de legado e contribuição.

Felizmente, negócios conscientes alcançam resultados extraordinários no mercado. Afinal, constroem relações mais sólidas com clientes, estimulam engajamento genuíno dos colaboradores, fortalecem laços com fornecedores, constroem posicionamento forte e verdadeiro perante a comunidade e consequentemente, potencializam resultados.

Empresas internacionais como WholeFoods Market, SouthWest Airlines, Patagonia e empresas nacionais como Meu Móvel de Madeira, Euzaria e Editora Vôo vêm mostrando na prática que ter propósito não é apenas bom para o mundo, mas é também um forte aliado de resultados exponenciais. Vivemos em uma era em que a grande maioria das pessoas buscam sentido e propósito. Quando construímos negócios conscientes, potencializamos a conexão das pessoas com a marca. Afinal, é muito mais interessante se relacionar com organismos dotados de significado. Por isso, as marcas conscientes vêm ganhando preferência de consumidores no mundo inteiro, com altos níveis de engajamento e fidelização.

O setor privado é dotado de uma tremenda força de transformação. Chegou a hora deste setor assumir o protagonismo na economia. A partir de uma forte rede de empreendedores conscientes, é possível promover um impacto sistêmico imensurável na vida das pessoas. Claramente, os empresários precisam se adaptar a este novo modelo. Caso contrário, correm sérios riscos de ficarem pelo caminho. Certamente, a era do propósito nos negócios chegou. E veio para ficar.

O autor lança ainda neste semestre o seu livro “Muita Alma Nessa Hora – Lições para Empreender com Propósito” pela Editora Vôo.

Colaboradores

Kiko Kislansky

kiko@nossocazulo.com.br